quinta-feira, setembro 10, 2009

Em tempos conseguia escrever um texto a partir de um começo inóspito como este. Começava a divagar acerca dos filmes que tinha lido ou dos livros que tinha visto (e vice versa), ou das situações mais banais da minha pseudo-"triste vivência" da altura. De facto tempos felizes esses em que conseguia espremer toda a minha essência e, que pelo meio de alguns palavrões estrategicamente colocados conseguia manter a uma distância de segurança todos aqueles que tinham vergonha de venerar uma entidade tão simples. Entretanto a vida dá voltas que nem sempre julgamos ver mas as sentimos como o Newton sentiu a puta da maça na testa.
(...)
Enquanto caminho para casa depois de sair do emprego, nessa altura do dia que mais nostalgia nos traz, relembro vezes sem conta um passado não muito distante e um rol de situações perfeitamente evitáveis se não fosse o putanheiro que era, felizmente nunca engravidei ninguém, mas também chorei bem o dinheiro gasto naqueles utensílios que demasiadas vezes deixaram o meu pénis com um cheiro a borracha queimada, por vezes queimava um moranguito, outras vezes um chocolatinho, mas maior parte das vezes tresandava a latéx mesmo - isto de andar a saltar de barco conforme a tempestade requer alguns sacrifícios extra.
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Às vezes, tal e qual um Rocco Siffredi não documentado na grande tela, e nem sempre com o extremista hardcore a que esse senhor nos habituou, lá ia relembrando as diversas conquistas de faculdade durante anos e anos de labuta. Às vezes até ficava espantado com a facilidade e ingenuidade com que eu caia no regaço das moças, que sem pudor algum abocanhavam-me como se duma tablete de chocolate se tratasse. Mas perdia-me nas dezenas, até que começava a pensar mais profundamente e remexia aquele local secreto onde guardamos tudo aquilo que nos é banal, assusta ou envergonha. Era nessas alturas que via-me como um Deus a entrar no Olimpo e relegava-me a um posto superior, ao qual apenas os verdadeiros e destemidos conseguem alcançar.
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Entretanto comecei a trabalhar, os tempos de faculdade haviam acabado e para mal dos meus pecados, que já não eram poucos, depressa apercebi-me que a oferta ainda era superior. Foi a primeira vez que experimentei uma puta, ou ela não tivesse deixado pagar o jantar e aberto as pernas de seguida. São estas "más" experiências iniciais que nos fazem continuar à procura do ser gentil e sensual com que iremos passar o resto da nossa vida.

3 comentários:

Anónimo disse...

Finalmente um texto em condições. Lol! Estou brincando.
Você então deve ser um gatão, com tantas conquistas.
Mas eu explico «pá ocê» o que acontece quando chegamos na idade adulta: as mulheres olham para baixo e se apercebem que aquilo não gasta com o uso. Aí, muitas delas aliam um bom jantar a um boa queca.
Comigo não. Tenho que aliar um bom vinho, uma boa música, um bom gajo e depois... talvez, quem sabe um divinal queca! (mas com cenas de próximos capítulos).
Beijos ardentes

Keyser Söze disse...

Eu nunca acreditei em tudo o que se escreve por aí, mas sempre gostei dum belo texto.

Anónimo disse...

Então? Isso quer dizer que você fica mentindo?