terça-feira, julho 21, 2009

O auto-controle é uma faca de dois gumes. Por um lado, evitamos problemas de maior com a justiça, o que parece ser bastante razoável, apesar de ainda considerar-me inimputável, a verdade é que sou maior de idade e, portanto, não posso andar armado em parvo e a magoar quem eu quiser. Por outro lado, tendemos a colocar a nossa saúde em risco, nestas tentativas vãs de controlar o nosso sistema nervoso. Não há escolha possível, morre-se do mal e da cura. É nestas alturas que penso que devia ter feito mais por mim até fazer os 18 anos, e já estar a disfrutar do meu lugarzinho ao sol, longe de gente parva. Com isto tudo, acabo por compreender as crianças hoje em dia. Uma pessoa olha para a permissas máximas da nossa sociedade: estudar, arranjar trabalho, comprar casa, casar e ter filhos. É claro que não esqueci o telemóvel e carro topo de gama, nem o armário cheio de roupa e calçado mas estou apenas a tentar manter-me actualizado com as permissas da época de 70 - à qual pertenço e que não inclui nenhuma dessas futilidades. Bom... se durante a minha adolescência, eu tivesse alguma vez vislumbrado o terrível futuro, as dificuldades em arranjar emprego estável, comprar casa ou constituir matrimónio, seria perfeitamente lógico que o tivesse tentado garantir enquanto tinha a lei do meu lado. Não tinha sido difícil. Para tal somente necessitava furtar uns quantos automóveis, roubar umas velhinhas, assaltar os cachopos da minha escola e, quiçá, umas bombas de gasolina ou até mesmo um banco ou dois. Depois de ter amealhado o suficiente, tornava-me especulador da bolsa e aumentaria a minha fortuna de forma a quando fosse fazer 18 anos ter as minhas diversas contas Off-shore perfeitamente forradas de notas. De seguida fugia de Portugal e abria um barzinho de praia na Jamaica ao velho estilo do "grande" Tom Cruise e passava o resto dos meus dias a fazer malabarismos com garrafas e a emprenhar moradoras da Fifth Avenue nas areias quentes das Caraíbas. Tudo isso seria possível, se tivesse a informação que os miúdos têm hoje e, se no meu tempo não levasse um belo tareão assim que armasse confusão.

1 comentário:

Miss Kin disse...

Tanta coisa que não se fez por não sabermos que nos faria falta! :P