terça-feira, setembro 19, 2006

Foto retirada daqui.

Estava a jogar basquetebol como de costume. Fora do campo, duas raparigas conversavam. Ele estranhou o facto de nunca antes ter visto ambas. Uma prendeu-lhe a visão durante o resto daquela hora e ele sentiu que ali se encontrava alguém especial. Durante alguns meses, ninguém mais procurou. Durante alguns meses viveu confinado à ideia de possuir aquele anjo. Nos intervalos entre as aulas procurava-a, quando caminhava pelas ruas procurava-a, mas apenas em sonhos encontrava-a. Em sonhos era feliz.

Alguns meses passaram. A pesquisa incessante pela concretização do seu sonho não cessava e longe estava de terminar. Veio o dia em que se conheceram. Não foi dos mais brilhantes da sua existência, não foi dos mais felizes. Através de uma amiga em comum foi-lhe dito para esquecê-la - não foi capaz – e na não-aceitação dessa realidade fechou os olhos à razão e procurou-a. Ali foram sofridas as primeiras palavras. Proferidas violentamente – silêncio (nada foi dito). Um nervosismo súbito suplantou todos os seus ideiais e toda a sua loquacidade e fugiu daquele local, humilhado, derrotado.

“Olá, tudo bem?” – dois beijos na face e nada mais era dito. Ambos voltavam a separar-se e a fugir um do outro. Ele por vergonha, ela por razão que ele desconhecia. Seria assim tão atroz? Seria assim tão repugnante? Nunca soube o que a movia.

Certo dia veio ter com ele:
“Olá - e apresentou uma amiga dela, a mesma rapariga que eu tinha visto com ela no momento zero, a Amiga – ela gosta de um rapaz da tua turma, será que podias ajudá-la?”
Consentiu ajudá-la, apesar de nessa altura já ele tinha iniciado a sua cura, uma tentativa incessante de esquecer aquele anjo, mas a partir desse dia nada mais foi igual pois ambos tinham acabado de superar as intransigências da timidez.

2 comentários:

Pseudo disse...

O Marco teve bom gosto e tu conseguiste associar um texto bonito e aparentemente simples.

Keyser Söze disse...

Eu apenas andava à procura de uma foto bonita para colorir o texto que tinha feito na noite anterior. Nem pensei duas vezes.